Cultura

Povo no poder amedronta Ponta Vermelha

Nem morto, o mestre Azagaia deixou sossegado os seus detractores e acabou indo à sepultura após a confissão ou confirmação das acusações que caracterizam as canções que o rapper deixa como legado para os vivos.

 

As armas e os gases lacrimogénios sempre denunciados por Azagaia nas suas músicas foram desta vez exibidos ao vivo, para que todo aquele que ao longo dos tempos se manteve incauto visse e ouvisse, por si próprio, que tal como cantava, a Polícia acaba sendo um instrumento que o regime usa para reprimir a manifestação genuína do povo. E desta vez, embora já morto, a Polícia foi de novo chamada para travar o cortejo fúnebre, pelas ruas mais nobres da cidade de Maputo, que o povo ofereceu ao seu herói.

Sob pretexto de que aquele trajecto passava frente à residência oficial de Filipe Nyusi e do Ministério da Defesa, um forte efectivo da Polícia antimotim barrou a marcha do cortejo fúnebre. Conforme os argumentos esgrimidos, as autoridades disseram que temiam por possíveis tumultos que pudessem ter lugar na zona da Presidência e das elites, ao longo da Avenida Julius Nyerere, durante a caminhada do cortejo. De facto, mais tarde a Polícia acabou exibindo a sua musculatura e dispersou o cortejo, recorrendo ao uso de força e disparos das chamadas balas e gases lacrimogénios.

 

 

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