Desporto

Desporto nacional está a evoluir mas ainda precisa de muito apoio

A constatação é da antiga atleta moçambicana de basquetebol, Deolinda Ngulela, para quem apesar da crise económica, aliado à pandemia da Covid-19 que assolou o país e o mundo, o desporto nacional ainda precisa de muito apoio por parte do Governo e do empresariado local.

 

Deolinda Ngulela fez esta análise por ocasião dos campeonatos nacionais de basquetebol que decorreram recentemente no Pavilhão da Universidade A Politécnica, na cidade de Maputo.

Ngulela diz que é preciso recuar no tempo, onde os resultados eram péssimos nas diversas modalidades. Havia também problemas de falta de infra-estruturas condignas para a massificação das modalidades. Mas hoje o cenário está aos poucos a conhecer uma evolução no desporto, naturalmente que esta evolução está a trazer bons resultados nas diversas modalidades desportivas que o país tem neste momento.

“Devo dizer que apesar da crise económica, aliado à pandemia da Covid-19 que assolou o país e o mundo por cerca de dois anos, os clubes não perderam o seu foco de formar bons atletas, que hoje estão a representar o país além-fronteira.

Basta lembrar que recentemente, Moçambique acolheu o Campeonato Africano de Boxe, um evento que juntou cerca de 35 países, e agora acolhemos o Campeonato Africano de Futebol de Praia, e em paralelo estão a decorrer também campeonatos provinciais de basquetebol na cidade de Maputo, Zambézia e Nampula, isto mostra claramente que em termos de desporto Moçambique está no bom caminho”, afirma a antiga atleta de basquetebol.

Ajuntou que, apesar dos bons resultados no desporto, é preciso que o Governo crie mais condições no que diz respeito à construção e reabilitação de infra-estruturas desportivas, alocação de equipamento, assim como formação de equipa técnica e dos atletas.

“É preciso sublinhar que para uma boa gestão em qualquer modalidade desportiva, com destaque para o basquetebol, deve-se, tal como fiz referência acima, a uma boa formação sistemática por parte dos técnicos, bem como haver condições dos próprios atletas, só assim é que o país pode continuar a trazer bons resultados no desporto”, considera.

Na sua análise, o desporto moçambicano está a crescer, sobretudo a modalidade de basquetebol, em femininos. “No tempo em que eu era atleta havia poucas jogadoras de basquetebol, mas graças ao desenvolvimento da modalidade hoje o número de atletas aumentou muito”.

Afirmou igualmente que o basquetebol demorou a evoluir no nosso país porque havia falta de experiência com atletas de outros países. Havia falta de formação por parte dos próprios treinadores e atletas, faltava aquilo que se chama mudança de mentalidade por parte dos atletas.

Questionada sobre os desafios para o desporto nacional, com destaque para o basquetebol, a entrevistada referiu que o maior obstáculo consiste na formação dos atletas, assim como a capacitação dos próprios treinadores.

Apesar de reconhecer que o desporto nacional está no bom caminho, a antiga atleta de basquetebol lamenta o facto do Governo não estar a dar todo o seu apoio à modalidade de basquetebol.

“Estamos a ver de forma compulsiva o Governo apoiar, mas este apoio não basta, é preciso que este apoio se estenda ao empresariado; precisamos de mais empresas que possam apoiar o desporto, tal como acontece nos outros países”, sugere.

“Muitas vezes, as pessoas ficam preocupadas com o resultado dos atletas, mas esquecem-se que para os atletas trazerem bons resultados os próprios treinadores devem ter condições mínimas”, lamenta.

Recorde-se que a antiga atleta moçambicana de basquetebol, Deolinda Ngulela, durante a sua carreira desportiva jogou para o BPD, Académica, Desportivo, Liga Muçulmana, Costa do Sol e Seward County, nos Estados Unidos da América (EUA), durante sete anos. Entretanto, quando regressou ao país representou a selecção nacional de basquetebol, em femininos. (Redacção)

 

 

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