Sociedade

A cólera ainda não acabou

“Precisamos ainda estar atentos porque ainda existem focos de transmissão no país” – ministro da Saúde

 

O ministro da Saúde, Armindo Tiago, alerta que apesar da melhoria da situação epidemiológica da cólera, que se tem assistido nas últimas semanas no país, ainda não é momento de se baixar a guarda, pois ainda permanecem importantes focos de transmissão em várias regiões do país.

 

A título de exemplo, Tiago diz que o número semanal de casos reduziu de 5.106 casos na semana epidemiológica 12, para 870 na última semana epidemiológica (semana 17), como resultado de várias acções combinadas a nível do ministério de tutela.

“No entanto, precisamos ainda estar atentos porque ainda existem focos de transmissão no país”, sublinhou.

O titular da pasta de saúde falava na abertura da reunião do Comité Directivo do Global Task Force on Cholera Control, que decorre na capital moçambicana desde terça-feira.

De acordo como o ministro Tiago, a cólera em algumas regiões de Moçambique é endémica, com ocorrência cíclica de surtos em áreas geográficas localizadas. No entanto, este padrão geograficamente localizado da doença tem vindo a mudar nos últimos meses, e desde Setembro de 2022, o país regista uma epidemia de grandes proporções que já se alastrou para 10 das 11 províncias.

Dados por ele apresentados indicam que, neste mesmo período, o país registou um cumulativo de cerca de 29 mil casos e 127 óbitos, com uma taxa de letalidade de 0.4 por cento, sendo que esta é a maior epidemia da doença ao longo dos últimos 20 anos, em Moçambique.

Referiu o ministro que o impacto negativo dos eventos climáticos extremos, que degradam o saneamento do meio e afectam o acesso à água potável, associados à elevada mobilidade de pessoas, bem como os aspectos de natureza sócio-cultural, são factores que têm contribuído para o recrudescimento da doença no país.

Para responder a actual epidemia da Cólera, o Ministério da Saúde, em colaboração com seus parceiros, tem vindo a implementar diversas intervenções, com destaque para o fortalecimento da vigilância epidemiológica; expansão da capacidade de testagem laboratorial para todos os laboratórios de Saúde Pública provinciais; implementação de uma abordagem diferenciada para o manejo correcto e rápido dos casos.

Constituem outras acções a mobilização e a educação das comunidades para a adopção de medidas de prevenção; e a mobilização de vacinas para a implementação das campanhas de vacinação reactiva. Neste aspecto, até ontem, segundo Armindo Tiago, foram vacinadas um total de 2.488.551 pessoas nas províncias de Niassa, Tete, Zambézia, Manica, Sofala e Gaza.

“O impacto destas acções combinadas reflecte-se na melhoria da situação epidemiológica da Cólera, nas últimas semanas”, vincou.

Por outro lado, o ministro afirmou que a experiência de Moçambique revela que a vacinação, em combinação com outras medidas sociais de prevenção, tem um impacto positivo no controlo da epidemia.

“Por isso, gostaríamos de nos juntar a vozes de apelo para uma maior disponibilidade e acesso à vacina contra cólera a nível global. Neste sentido, aproveito esta oportunidade para encorajar os membros do Comité Directivo do Global Task Force on Cholera Control a continuarem a advocacia no sentido da maior disponibilidade e acesso às vacinas contra a Cólera”, exortou. (PpP/fonte: OCS)

 

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