Política

Recenseamento Eleitoral: O enigma dos fantasmas de Gaza

O Centro de Integridade Pública denuncia existência de divergências nos números de eleitores da província de Gaza exibidos pelas instâncias centrais e provinciais.

 

De acordo com a fonte, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) ao nível central apresenta um número inferior que o indicado pelo STAE provincial de Gaza.

“Parece que a inflação de registos em Gaza de 2019 está se repetindo. O Instituto Nacional de Estatística (INE) e o STAE nacional dizem que existem 517 mil potenciais eleitores nos distritos de Gaza com municípios.

Mas o STAE em Gaza diz que há 822.000 adultos em idade de votar. Mais uma vez o STAE em Gaza inflaciona os números.

Nas eleições de 2019, o STAE em Gaza registou mais 329.430 eleitores do que os adultos em idade de votar na província, e 161.641 desses “fantasmas” votaram, principalmente na Frelimo e no seu candidato presidencial, Filipe Nyusi. Isto aumentou em quatro o número de assentos no parlamento para a Frelimo.

Os números foram avançados pelo Director Provincial Adjunto do STAE, Jorge Machai, nomeado pela Renamo, em conferência de imprensa no Xai Xai na terça-feira da semana passada (16 de Maio). Ele diz que há grande resistência em compartilhar informações sobre o recenseamento eleitoral em Gaza, e por isso publicou números internos. Cada STAE provincial tem um director alinhado com a Frelimo e vice-directores formalmente indicados pela Frelimo e pela Renamo.

Quando contactado pela equipa de correspondentes do CIP, o director do STAE provincial de Gaza, Mário Cossane, escusou-se a esclarecer a divergência nos números ora exibidos por cada instância.

Os dados do STAE mostram que o distrito de Chókwè, o maior círculo eleitoral de Gaza, tem o maior número de potenciais eleitores “fantasmas”: mais de 116 mil. Chibuto é o segundo maior eleitorado com 64 mil eleitores adicionais. Xai-Xai e Manjacaze projectam o recenseamento de 64 mil e 58 mil eleitores “fantasmas” respectivamente. O STAE provincial parece estar a usar a base de dados das eleições de 2019. (PpP/fonte:CIP)

 

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