Sociedade

Greve na Saúde suspensa por 60 dias

A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) suspendeu, mais uma vez, a greve que tinha sido marcada para iniciar no dia 19 de Junho corrente, após terem sido alcançados consensos nas negociações que decorriam com o Governo, através do Ministério da Saúde.

 

Esta segunda paralisação de actividades, que não chegou a acontecer, deveria decorrer a nível nacional e prorrogada por mais 20 dias que, por sua vez, poderiam ser prorrogados até que as inquietações da classe fossem satisfeitas, de acordo com este grupo de profissionais. A greve está suspensa por sessenta dias, contando a partir da segunda-feira da semana em curso.    

Segundo a técnica administrativa e Porta-voz  da APSUSM, Rosana Zunguze, numa primeira fase, o Governo pediu que o grupo suspendesse a greve para que se pudesse poder analisar os impasses.

No entanto, nenhum dos membros da classe aceitou a proposta, continuando a ideia de paralisação de actividades. O grupo só cedeu quando o Governo, através de uma carta assinada por ambas partes, comprometeu-se a responder à inquietação referente aos salários, à disponibilização de instrumentos de trabalho, incluindo uniforme para todas as classes profissionais, com mais urgência para a área de radiologia.

Para a APSUSM, numa primeira fase, os consensos alcançados representam um grande ganho.

”Tendo em conta que os representantes que foram às negociações levavam consigo o pedido de mais um tempo para a análise das reivindicações, para nós constitui um ganho termos chegado a estes consensos, pois, no mesmo dia, o Governo sentiu-se pressionado com a ideia de que a associação já tinha de avançar com a greve”, referiu.

“Se eles forem sérios e cumprirem com aquilo que foi prometido, já é muito bom, porque queremos que muita coisa melhore”, acrescentou.

Zunguze revela que o Governo solicitou 60 dias, equivalentes a mais ou menos dois meses para cumprir com o que prometeu à Associação dos Profissionais de Saúde.

Entretanto, a associação ameaça retomar a greve, sem mais espaço para negociações, se não houver seriedade no cumprimento dos pontos discutidos.

 

“Se o Governo Não Cumprir, Paralisaremos Todos os Serviços”

 

“Segundo o acordo, caso o Ministério da Saúde (MISAU) não cumpra com aquilo que prometeu, para o bem de todos, vamos paralisar todos os serviços a nível nacional e não vamos aceitar que haja mais negociação. A única maneira de negociar será eles cumprirem com aquilo que prometeram, e só assim podemos sentar para falar alguma coisa. Será muito triste, mas não temos outra maneira porque já cedemos várias vezes”, anotou.

“A primeira vez, sentámo-nos  para negociar e fomos dados 15 dias e nada aconteceu. Agora, eles queriam usar a mesma estratégia só que nós não aceitámos”, vincou.

De forma geral, os profissionais de saúde reivindicam melhores condições de trabalho, aumento salarial e equipamento de trabalho, incluindo insumos para os pacientes. Sobre este último aspecto, afirmou que há falta, nos hospitais, de medicamentos para doentes crónicos que estejam internados, com destaque para doentes com tuberculose.

“Existem hospitais que não têm paracetamol. Estamos a falar de saúde, temos que ter medicação, temos que ter luvas, vacinas e outro material. O que queremos é pressionar a quem é de direito para que possa nos fornecer material de qualidade para o trabalho”, sublinhou.

Para a APSUSM, a luta pela melhoria das condições de trabalho não é apenas para o benefício dos profissionais, os pacientes também se beneficiam sempre que se fazem à unidade sanitária. (PpP/fonte:OCS)

 

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