A Renamo denunciou a movimentação de computadores (conhecidos como Mobile IDs), o recenseamento de eleitores fora dos horários fixados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), o recenseamento de eleitores com recurso a dados recebidos ou recolhidos por telefone e a recusa de brigadistas a fornecerem dados a monitores dos partidos de oposição, sob a alegação de que estavam obedecendo ordens superiores.

A Renamo denuncia ainda o transporte de pessoas que não residem no município para se recensearem como eleitores no município da Matola.

Durante o recenseamento eleitoral, a Renamo apresentou 102 reclamações ao STAE (Secretariado Técnico de Administração Eleitoral) na cidade da Matola, e apelos às comissões distritais e provinciais de eleições. A lei estabelece um prazo de cinco dias para decidir sobre os recursos dos partidos políticos.

O recurso à CNE foi apresentado a 29 de Junho, depois de a Comissão Provincial de Eleições (CPE) de Maputo não ter atendido às reclamações.

De acordo com os documentos que a Renamo apresentou ao Ministério Público em Maio passado contra o director do STAE da Cidade da Matola, Domingos Matsombe, os seus monitores descobriram que os mobiles não estavam nos postos de recenseamento.

Questionados, os brigadistas responderam que o STAE recolheu os equipamentos devido a avarias. Mas na verdade eles estavam sendo usados ​​na calada da noite, como se mostra a seguir.

No dia 12 de Maio de 2023, o mobile do posto do IFP funcionou das 08h50 às 23h17 e registou 72 eleitores. No dia anterior, 11 de Maio, o mesmo mobile funcionou das 08h25 às 23h27. Nesse dia, registou 75 eleitores. No dia 8 de Maio, o mesmo computador funcionou das 8h52 às 23h24, e 74 eleitores foram registados.

Também no dia 12 de Maio, o computador do posto do bloco 22, no bairro Matola “C”, registou 25 eleitores até às 15h00, altura em que foi recolhido pelos técnicos do STAE. No dia seguinte voltou ao posto com 78 eleitores cadastrados. Portanto, 53 eleitores extras foram registados fora do posto de registo. (PpP)