Sociedade

Consequências da actual época chuvosa: Necessário reforço no abastecimento de água e alimentos

Estima-se que mais de 20 milhões de pessoas na região austral do continente africano e cerca de 1 milhão em Moçambique vão precisar de assistência em abastecimento de água e alimentos, durante o pico e depois do final da época chuvosa em curso, segundo indicou, quinta-feira, dia 14 de Março, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.

Para Carlos Mesquita, para além disso, as colheitas esperadas para 2024 serão abaixo da média e irão esgotar mais cedo do que o habitual, levando à necessidade de assistência alimentar comparativamente alta, no início da próxima temporada seca prevista, para o final de 2024.

Perante esta situação, conforme sustentou aquele governante, durante a sua intervenção, no decurso da reunião de ministros de assuntos hídricos de Botswana, Moçambique, África do Sul e Zimbabwe, ocorrida, em Musina, na África do Sul, apela-se aos países da região a partilha da pouca água existente.

Numa outra abordagem, Carlos Mesquita referiu-se ao facto de Moçambique ser um país localizado a jusante de 60 por cento das principais bacias hidrográficas da região da África Austral, o que coloca uma série de limitações no uso dos recursos hídricos, pois o comprometimento da qualidade e quantidade de água depende do bom uso dos recursos hídricos pelos países a montante.

“É por esta razão que Moçambique tem estado na vanguarda da cooperação, no domínio da gestão dos recursos hídricos transfronteiriços, na esperança de que a nossa região possa servir de exemplo para o mundo, demonstrando que a água pode e deve ser um veículo de paz, bem-estar e desenvolvimento sustentável dos povos”, enfatizou.

Para além dos desafios inerentes à gestão dos recursos hídricos transfronteiriços, conforme sublinhou o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, “preocupa-nos o evento El Niño, que está a afectar a região da África Austral, e que impulsionará altas necessidades, em termos de demanda de água, devido à irregularidade temporal e espacial de chuvas, provavelmente até ao início do ano 2025”.

Importa referir que o encontro teve por objectivo a formalização do Conselho de Ministros como o principal órgão de política da Comissão da Bacia do Rio Limpopo (LIMCOM), pelos ministros da Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, da Água e Saneamento, na África do Sul, Senzo Mchunu, das Terras e dos Recursos Hídricos, em Botswana, Kefentse Mzwinila, e da Terra, Agricultura, Água e Reassentamento Rural, no Zimbabwe, Anxious Masuka.

Na ocasião, foi feita a assinatura da Emenda do Acordo de Estabelecimento da Comissão da Bacia Hidrográfica do Rio Limpopo entre os governos de Moçambique, África do Sul, Botswana e Zimbabwe, bem como o lançamento do Projecto Transfronteiriço de Gestão Integrada para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Limpopo e da página de internet da LIMCOM.

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