Sociedade

Comandante-geral da Polícia admite envolvimento de agentes moçambicanos em raptos e assaltos

O Comando-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) admitiu, pela primeira vez, o envolvimento de agentes da corporação nos crimes de rapto e assaltos, com recurso a armas de fogo, e instruiu as direções e vários ramos da corporação a aprofundar as causas que estão a colocar em causa a segurança pública no país.

Vários analistas políticos moçambicanos, em conversa com a Voz da América, sugerem falhas graves no processo de recrutamento de candidatos, geralmente manchado por corrupção, e uma degradação ética e moral na corporação.

“Nos últimos dias, o Comando-geral da PRM tem constatado com maior preocupação a ocorrência de crimes envolvendo membros da PRM”, lê-se na instrução, assinada pelo comandante-geral da corporação, Bernardino Rafael, de 9 de maio, na qual instrui os vários ramos da Polícia a investigar a fundo as motivações do fenómeno.

A instrução dá um prazo de 30 dias às direções do Comando-Geral, dos comandos provinciais, ramos da polícia, unidades das forças especiais e de reserva, e estabelecimentos de ensino para apresentarem recomendações e soluções.

Bernardino Rafael apelou aos agentes, um dia depois de ter assinado a instrução, “a abandonar o comportamento desviante” e alertou que vai “exercer pressão contra o agente da polícia que participa com grupos que praticam crime”, expulsando os agentes envolvidos.

“Alguns colegas estão a perder a cabeça. Não pode ser a Polícia a aumentar os índices de criminalidade no país. Se a Polícia comete crime está prejudicando aquilo a que nos comprometemos”, precisou Bernardino Rafael, em Chimoio, no lançamento da semana da PRM, que assinala 49 anos de sua criação no dia 17 de Maio. (VOA)

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