Economia

Trabalhadores da Açucareira de Xinavane conformados mas não satisfeitos

Os salários que a multinacional Tongaat Hulette paga em Moçambique são inferiores aos que paga nos países vizinhos. Na região, os salários pagos estão equiparados a 12 mil meticais. Em Moçambique, após os tumultos do início do ano, ficou acordado o montante de 8 mil meticais como salário mínimo, cifra ainda abaixo do panorama regional

Camponeses que viram as suas terras expropriadas pela multinacional Tongaat Hulette, com a promessa de ter emprego na açucareira, querem de volta os seus campos, porque não estão a ver concretizado o prometido.

O Secretário-geral do SINTIA (Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria do Açúcar), Alexandre Munguambe, aponta que após a greve dos trabalhadores da açucareira, no princípio deste ano, “apesar de se ter obtido algum ganho quanto ao reajuste do salário, ainda não há total satisfação”.

“Os trabalhadores só estão conformados. Falta a satisfação de outros pontos apresentados no caderno reivindicativo”, disse.

O nosso interlocutor aponta ainda que a situação da Açucareira de Xinavane não está totalmente resolvida devido à arrogância do patronato.

“Os trabalhadores só estão conformados com a actual realidade, dado o facto daquela unidade fabril ser a única que oferece emprego na zona”, afirma.

Sobre as causas da greve que paralisou aquela açucareira, entre finais de Fevereiro e princípios de Março passado, a massa laboral reivindicava o aumento dos baixos salários que estavam a ser praticados naquela unidade produtiva. Os trabalhadores queriam que os salários fossem equiparados aos dos seus colegas da região austral, que oscilam nos 12 mil meticais. Queriam ainda a melhoria das condições de trabalho, no que tange à disponibilização do equipamento de trabalho. Isto é, exigiam botas e luvas e outros equipamentos que permitissem a sua protecção dos ataques das serpentes nos campos de produção da cana e nos outros sectores de produção. Os trabalhadores pediam (em) ainda leite para aqueles que operam em sectores de grande poluição.

Entretanto, do rol dos pontos apresentados no caderno reivindicativo os operários só lograram obter sucesso no campo salarial, após um braço-de-ferro que terminou com a fixação do salário mínimo em 8 mil meticais, num exercício que chegou a envolver o próprio ministro da Agricultura, Celso Correia, e o Governo da província de Maputo, na pessoa do seu governador, Júlio Parruque.

 

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