Sociedade

Tráfico de drogas leva moçambicanos para cadeia no estrangeiro

Entretanto, duas fábricas de drogas foram desativadas no Infulene e Ka Tembe

 

 

Cerca de 33 moçambicanos, dos quais 20 no Brasil encontram-se, detidos no estrangeiro, por tráfico de drogas ilícitas. A informação foi partilhada recentemente pelo Gabinete do Primeiro Ministro, Adriano Maleiane, aos deputados da Assembleia da República (AR).

 

Este número é o que consta nos registos oficiais acreditando-se, que na realidade seja muito superior o número de moçambicanos detidos no estrangeiro fora do conhecimento oficial, sobretudo nos países vizinhos.

Os dados vêm contidos no relatório anual sobre a evolução do consumo e tráfico ilícito de drogas, registada no país no ano de 2022, sob chancela do Gabinete Central de Prevenção e Combate à Droga (GCPCD), um relatório que é apresentado a AR, até 15 de Abril de cada ano.

De acordo com a fonte, dos 33 cidadãos moçambicanos que se encontram detidos no estrangeiro por envolvimento no crime de tráfico de drogas, um cidadão encontra-se detido em Angola, 20 no Brasil, um na China, dois na India, um em Dubai, um na Indonésia, um em Hong-Kong, um nas Maurícias, dois em Portugal, dois na Tailândia e um na Zâmbia.

Nesta senda, o GCPCD refere que “a complexidade e o caracter transnacional que caracteriza o narcotráfico impõem, cada vez mais, o reforço da cooperação internacional, com vista a promover o apoio e a assistência jurídica e judiciária, a troca e partilha de informações, conhecimentos e experiências”.

 

Consumo doméstico

 

Descrevendo ainda sobre a situação prisional já a nível nacional, em conexão, com tráfico e consumo de drogas ilícitas, o documento, em alusão, indica que no ano de 2022, foram detidos 941 cidadãos, contra 797 do ano de 2021.

Do total dos cidadãos detidos, prossegue o documento que temos vindo a citar, 629 encontram-se em prisão preventiva e 312 condenados, sendo que dos detidos no país, 899 são do sexo masculino e 42 do sexo feminino, dos quais 629 em prisão preventiva e 312 condenados.

No mesmo diapasão, ainda no ano de 2022, foram igualmente detidos um total de 80 cidadãos estrangeiros, sendo 67 homens e 13 mulheres.

GCPCD diz que houve redução de tráfico de cocaína, heroína e Metanfetaminas

Por outro lado, o GCPCD revela que regra geral, houve redução dos casos de tráfico de drogas pesadas no país no ano de 2022, em comparação com o ano de 2021.

A título de exemplo, a fonte explica que em 2022, em todo o país, foram apreendidos 36,388kg de cocaína, enquanto, no período de 2021 foram apreendidos 42,96kg, indicando uma redução de 6,572 kg correspondendo a 16%. Esta droga foi apreendida na Cidade de Maputo, 16,508kg, província de Maputo 11 kg, em Nampula 8,77kg, em Sofala 104 g e em Tete 6g.

Relactivamente ao tráfico de heroína, em 2022 “foram apreendidos em todo o país 155,032 kg de heroína, contra 759,86 kg de 2021, tendo-se verificado uma redução considerável de 604,82 kg, o correspondente a uma diminuição de 39% das quantidades apreendidas. Em 2022, as apreensões de heroína ocorreram nas províncias da Zambézia, 102,5kg, na Cidade de Maputo, 44,33kg, em Nampula, 7,47kg, em Sofala, 348,3g, em Tete 207g, nas províncias de Maputo, 127g, Gaza 0,042g e em Inhambane, 8g”.

Por sua vez, dados consultados pelo PpP referem que em 2022, foram apreendidos 1.211,9kg de metanfetaminas, em todo o país, contra 1.579,585 kg, em 2021, tendo-se verificado uma redução de 367.94 kg, o que equivale a 76.7% das quantidades apreendidas. A droga em referência, foi aprendida nas províncias da Zambézia, 2.150kg, Sofala, 819,76 kg e Nampula 390 kg.

Sobre as rotas preferênciais usadas pelos traficantes de drogas, a nossa fonte revela ainda que em 2022, foram usadas as rotas: Afeganistão-Paquistão-Moçambique (Pemba), Moçambique (Maputo) – Etiópia (Adis Abeba- India, Maputo-Adis Abeba (Etiópia) –China, Brasil (São Paulo) –Adis Abeba (Etiópia) –Joanesburgo (África do Sul) –Maputo e Nairobi (Quénia) –Dar-Es-Salam (Tanzânia) –Pemba (Maputo).

 

Duas fábricas de drogas desativadas no Infulene e Ka Tembe

 

Por fim, segundo o GCPD ajunta que sobre os casos mais relevantes registados no ano de 2022, pode-se destacar a desativação de duas fabriquetas de produção de Mandrax e Metanfetaminas, na província de Maputo,

“No dia 20 de Junho de 2022, foi descoberto um laboratório clandestino de produção de drogas, localizado num recinto residencial no Bairro de Infulene “A”, Quarteirão 23, Rua Acordos de Lusaka, casa n° 70, na Província de Maputo. Foram aprendidos 720kg de Mandrax e precursores químicos. Em conexão com o caso, foram apreendidos seis suspeitos que se dedicavam a produção da referida droga, sendo dois de nacionalidade chinesa e quatro de nacionalidade moçambicana (…) foram apreendidos diversos bens arrolados no auto de apreensão, incluindo, um valor monetário quantificado em 407.200,00 (quatrocentos e sete mil meticais), 34.822,00 USD (trinta e quatro mil dólares) e 16.280,00 Zar, (dezasseis mil e duzentos e oitenta rands), refere o documento.

“No dia 29 de Julho de 2022, foi desmantelado um laboratório clandestino de droga no Distrito Municipal Katembe, Bairro Inguide, onde foram apreendidas 19 kg de Metanfetamina condicionados em baldes, uma balança, um gerador pequeno. Foram igualmente apreendidos percursores químicos em estado líquido e em pó, condicionados em bidons de 20 litros e em sacos. A operação resultou igualmente na apreensão de dois camiões”, lê-se ainda na fonte. (por: Dávio David)

 

 

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