Economia

TotalEnergies “não está longe de voltar a Moçambique”

O presidente executivo da petrolífera TotalEnergies disse ontem (07.02), na apresentação de resultados, que a empresa “não está longe de ter tudo pronto” para recomeçar as obras para exploração de gás natural no norte de Moçambique.

As obras foram suspensas, por tempo indeterminado em Março de 2021, após um ataque armado ao distrito de Palma, província de Cabo Delgado, que levou a multinacional francesa a declarar que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.

“Estamos a mobilizar novamente os empreiteiros e não estamos longe de ter tudo pronto” para recomeçar as obras, disse Patrick Pouyanné, citado pela Lusa durante a apresentação dos resultados de 2023 da empresa, que decorre hoje em Londres.

“A última parte é o refinanciamento do projecto, que foi suspenso, digamos, quando houve os eventos [de terrorismo que forçou a suspensão do projecto]”, acrescentou o responsável.

Para a TotalEnergies, o que é preciso agora é “reactivar as instituições financeiras em todo o mundo, e depois quando isso estiver feito vamos recomeçar o projecto”, concluiu, sem apontar datas.

Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.

O maior é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à

O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).

Um terceiro projecto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, directamente no mar, que arrancou em Novembro de 2022 e com uma capacidade para a produção de cerca de 3,5 milhões de toneladas por ano.

A insurgência levou a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula. (AIM)

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